quarta-feira, março 30, 2005

Princezinha



Princezinha, encontrava-se na janela,
E olhava sonhadora,
Entre os murros altos do castelo,
E pensava,
Que um dia sairia para conhecer,
O grande mundo,
Que nunca poderá ver,
Seus puros sonhos,
Eram simples, ingénuos,
Que nenhuma outra tinha,
Não queria príncipes,
Apenas um doce rapaz,
Mas o futuro ainda não queria sim,
E na sua masmorra,
Ainda lá permanece,
Tentando ver para além dos murros,
E encontrar o que o seu coração sempre desejou.

sábado, março 26, 2005

Deixa?



Permita que olhe dentro dos teus olhos,
Deixa-me por eles ver o mar,
As nuances do arco-íris, o céu o infinito...
Dentro da retina o inverso da solidão
O calor do verão, uma nova versão...
O mundo, no fundo, a calma, sua alma!
Deixa amor?
Deixa eu assim ficar por horas, fitando,
Filmando tua imaginação, tuas vontades
Deitada ao teu lado, depois do amor...
Olhando teus olhos, sonhando, buscando
Bem lá no fundo deles,
Tuas necessidades,
Todas as vontades, as mais secretas insanidades,
As que nem você mesmo sabe,
Deixa amor?
Deixa?
Deixa, depois disso, dormir ao teu lado,
Satisfeita, realizada, perfeita...
E ao acordar novamente,
Te perguntar:
Estou sonhando?
Deixa?


( Poema anónimo e imagem de coelhinhu mawuco)

quarta-feira, março 23, 2005

Uma despedida

Li um dia, não sei onde,
Que em todos os namorados,
Uns amam muito, e os outros
Contentam-se em ser amados.
Fico a cismar pensava
Neste mistério encantado…
Digo para mim, de nós dois
Quem ama e quem é amado?...

(Florbela Espanca)



Peço que me perdoes a sinceridade,
Adoro-te,
Mas tens que me deixar partir,
Por favor, sem mais dor,
Sem mais lágrimas, sem mais magoas
Quero deixar espaço no meu coração,
Para ti, para sempre,
Não quero estar-me a enganar,
Nem te enganar,
Agora tens que me deixar ir,
Para que ao menos não perder,
Esta amizade linda, que criamos entre nós.

(Angel)

terça-feira, março 22, 2005

Empatia



Vida esta confusa em que vivo
Que mais parece um turbilhão,
Poucas certezas tenho,
E as que tenho, parece que ficam toldadas,
Por uma espessa camada de nuvens,
Que tendem a ameaçar uma tempestade,
Em que os relâmpagos são os meus sentimentos,
Que entram em choque, em conflito,
Entro num anseio,
Que não sei o que quero,
Ou o que espero de mim,
Sou alguém que anda a derivada,
E permanece num estado
De inércia,
Sem se quer mover,
Ou se quer alterar seja o que for,
Simplesmente quer permanecer
Numa empatia,
Constante, em que nem felicidade nem dor existem.

sexta-feira, março 11, 2005

Alma perdida




Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!

Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!

Toda a noite choraste... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!

Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz!...

Florbela Espanca

terça-feira, março 08, 2005

Pequenos Milagres



Ser feliz,
É apreciar, as simples coisas da vida,
Como o sorriso de uma criança,
O canto de um pássaro,
O sol brilhante,
Num céu azul inalcançável,
O florir de uma flor,
Uma borboleta, que pousa nela,
A chuva que cai, num dia frio,
A lareira acesa,
Onde nos podemos aconchegar.
O arco-íris que aparece no céu,
Depois de uma chuvada,
A suave brisa que nos acaricia,
O som das ondas do mar,
Que beijam a macia areia da praia,
Um por do sol, para findar o dia,
E uma bela lua para nos guiar de noite.
São pequenos milagres da natureza.,
Que nos passam, diariamente
Despercebido aos nossos olhos,
Mas que são, um grande motivo de felicidade,
Pois podemos gozar estes momentos,
Os quais muitos estão impossibilitados disso,
E nós que valor damos a estes milagres?
Só por estes, já valeria a pena viver,
Mas…muitos outros milagres, fazem a nossa vida rica,
E cheia…por isso Sejamos Felizes.

domingo, março 06, 2005

Roseira Brava



Neste bosque encantado,
Num dia de primavera,
Tempo ameno que se fez,
Reparei em ti,
Roseira brava,
Linda, e suave,
Simples na sua beleza,
Parecendo frágil,
Mas com pequenos espinhos,
Para proteger,
A sua pura inocência.
Crescia ali,
Mesmo contrariando a natureza,
No meio de silvas,
Tentando romper,
E sobreviver,
Sempre forte…
Mesmo na sua fragilidade.
E de ti, nunca mais esqueci,
Pois nessa roseira brava, eu me vi.

quinta-feira, março 03, 2005

Voa para junto de mim



Voa, voa para junto do meu coração,
Vem para junto de mim,
Meu anjo perdido,
Coloca-te debaixo das minhas asas,
Onde aqui encontrarás refúgio,
E serenidade,
Junto ao meu ser,
Permanecerás, mesmo sem querer,
Pois eu de ti, não me consigo,
Mais esquecer,
Longe ao perto,
Na minha memória, vais viver…
Vem, voa para junto de mim,
Meu anjo perdido…