Saudade
E na penumbra fiquei, até que me deste a mão que me segurou nesta vida. Senti-me capaz de desbravar oceanos e correr por entre campos e terras desconhecidas aos olhos dos que não acreditam no quão pacífico é cheirar o vento quando este nos bate levemente na face, deixando um friozinho meigo e uma vontade desmedida de ter mais. Ai como a saudade aperta naquelas manhãs em que o nosso calor se transforma numa razão mais que óbvia para ficar entre lençóis somente por mais uns minutos. Só peço isso. Ai como é indubitavelmente doce aquele teu beijo na testa que se tornou num privilégio de todas os instantes de confidências e desabafos ao fim da tarde. Ai como me deleito e quase que adormeço no teu peito quando me abraças e sinto o bater do teu coração bem junto ao meu e sonho. Sonho com praias vazias e céus esperando alguém que os olhe de novo. E tudo se junta e reúne, e celebra a luz do dia como dom de poucas realidades. E escrevo mais uma memória…para ti, meu único destinatário.